3 lições sobre compliance após a quebra do Silicon Valley Bank
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3 lições sobre compliance após a quebra do Silicon Valley Bank

Data da publicação: 13/03/2023

Com cerca de 1 trilhão de reais em ativos e um dos principais financiadores de startups de tecnologia, o banco foi responsável por proporcionar a segunda maior falência bancária da história norte-americana e a maior desde a crise de 2008.

Entre os possíveis fatos apontados como causadores da falência (entre já apurados e boatos), destaca-se o movimento de aumento de juros realizado pelo Federal Reserve há um ano – o que provocou uma “corrida aos bancos” tendo o SVB como vítima.

No entanto, com as repercussões da falência ainda desconhecidas, quais lições podem ser extraídas para o setor de compliance? Especialmente diante de possível impacto no setor de inovação nacional, considerando que, segundo o Estado de São Paulo, startups brasileiras possuíam US$ 3 bilhões sob a cautela do banco.

Destaco 3 pontos: a necessidade de conhecer investidores (KYI), a importância geral de Canais de Relato e de monitoramento de tendências institucionais e governamentais.

Conheça seus Investidores

Os procedimentos para garantia de conformidade da estruturação de um programa de compliance, como os “4K” (KYE, KYP, KYC e KYS), são essenciais, isso é um fato.

Conhecer seu funcionário (KYE), seu cliente (KYC), seu fornecedor (KYS) e seu parceiro (KYP), embora necessários, são insuficientes quando estamos lidando com negócios empresariais que buscam investimento externo (como pequenos negócios em busca de expansão) e/ou lidam com fundos e bancos de investimento (como startups).

No modelo atual de acesso a capital, uma empresa pode passar por diferentes rodadas de investimento durante a sua “vida”, variando entre a quantidade de dinheiro que pretende arrecadar e maturidade da sua solução ofertada.

Nesse cenário, conhecer o histórico dos seus investidores constitui um quinto “K”, Know Your Investor, ou Conheça seu Investidor. Além de balancear a escolha da rodada apropriada para se investir, conhecer a origem do dinheiro que sustentará suas operações poderá livrar sua empresa de exposições indevidas a mercados estrangeiros ou a fundos/bancos com histórico de má gestão ou corrupção.

O cálculo é simples: se mesmo instituições estáveis em economias sólidas (e, até o momento, sem históricos de fraude ou corrupção), como era o caso do SVB, podem sofrer com quebras, as demais companhias não estão livres do risco.

Canais de Relato ajudam a manter o controle da empresa

Mesmo que não seja o caso da quebra do SVB, fraudes fiscais e irregularidades bancárias podem levar bancos, fundos e empresas à falência. Nesse cenário, a maior dificuldade é ter acesso a informações que possam levantar suspeitas que algo anormal esteja ocorrendo.

Uma estratégia para evitar que fatos ocorram alheios ao conhecimento dos sócios envolve o investimento em Canais de Relato – também conhecidos como Canais de Denúncia (ou “hotlines”).

Manter um processo ético e eficiente de recebimento, tratamento e apuração dos relatos não é uma tarefa simples, porém, essas estruturas seguras de compartilhamento de informações de colaboradores e parceiros interessados pode ser a última linha entre uma falência ou mancha na reputação – especialmente envolvendo terceiros (como fornecedores e investidores).

Deve-se acompanhar o mercado e órgãos reguladores

Retornando ao caso do SVB, embora a falência tenha sido decretada no dia 10, foi noticiado que o banco anunciou a venda de diversos títulos com prejuízo e que clientes conseguiram retirar seu dinheiro até quinta-feira (dia 09).

Ocorre que empresas não podem (ou pelo menos não deveriam poder) se manterem alheias aos acontecidos nas esferas governamentais e de players importantes do seu setor.

Nesse cenário, monitorar tendências regulatórias, atuações de entidades governamentais em todas as esferas e movimentações de empresas que afetam diretamente o seu negócio é parte importante de uma estratégia de compliance e gestão de riscos.

Mesmo que não seja possível a blindagem completa de um negócio, o próprio mercado oferece soluções para que empresas corram menos riscos e estejam preparadas para momentos como esse.

A Aliant, por exemplo, oferece serviços de Background Check e Due Diligence específicos para fusões, aquisições e investimentos, bem como é líder de mercado de Canais de Relato e oferece uma atuação completa no monitoramento, por meio de fontes abertas, de pessoas e negócios.

*Pedro César Sousa Oliveira é consultor da Aliant, plataforma de soluções digitais para Governança, Riscos, Compliance, Cibersegurança, Privacidade e ESG.

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